Você é encarregado de preparar um determinado projeto. Em verdade,
você mesmo candidatou-se à tarefa, pois conhece o assunto como poucos e está
certo de que poderá contribuir com sua equipe. Assim, bastariam algumas horas
de transpiração diante da tela do computador para produzir uma primeira versão do
documento que seria apresentada aos seus pares propiciando debates e a
elaboração de uma versão posterior, mais densa e melhor estruturada.
Todavia, seu nível pessoal de exigência impede-o de redigir
uma proposta sem antes promover todo o
trabalho de pesquisa para embasar sua tese. Mas pesquisa demanda tempo e o tempo é a matéria
– prima mais escassa do mundo moderno. Passa-se
uma semana, duas, um mês. O projeto não sai
de seu pensamento e não vai para o papel. Você se angustia, perde o prazo e a
credibilidade com seus colegas. E consigo mesmo!
O exemplo acima pode representar um projeto profissional. Pode
também ilustrar um trabalho acadêmico ou mesmo uma ação filantrópica. O fato é que em qualquer um dos casos o desejo
de fazer o ótimo dilacerou a possibilidade de fazer o bom. Ao final, nada foi
concretizado, o que significa um resultado péssimo.
Convido você a fazer igual analogia com outros sonhos que já
visitaram suas noites em vigília. Livros que não foram escritos, musicas que não
foram compostas, poesias que não foram declamadas. Uma intervenção necessária durante
uma reunião que foi contida por falta de ousadia. Uma declaração de amor
reprimida porque você ainda não se sentia preparado.
Temos o mau hábito de esperar pelo mundo perfeito para tomar
decisões. É como se decidíssemos cruzar a pé uma movimentada autoestrada apenas
quando todos os veículos parassem para permitir nossa passagem, sem a existência
de qualquer sinalização que os obrigasse a tal ação.
Enquanto buscamos e ansiamos por este mundo perfeito, outras
pessoas fazem o que é possível, com os recursos de que dispõem, dentro do
tempo que lhes é concedido. E não raro acabam sendo bem sucedidas. Então, ao
observarmos o conteúdo de suas produções, colocamo-nos imediatamente a
criticá-las, certos de que poderíamos ter alcançado um resultado muito mais satisfatório.
Nós pensamos, eles agiram.
Observe como muito pode ser feito usando de pouco tempo e de
muita simplicidade. Muitas vezes basta um telefonema de alguns minutos para
dirimir uma duvida, prestar um esclarecimento, obter uma dilação do prazo. De igual
maneira, um e-mail redigido em uma fração de segundos pode aquietar o espírito de
seu interlocutor e sepultar o risco de um desentendimento. Agradecimentos, por sua vez, devem ser
prestados o quanto antes, ou tornam-se inócuos.
Um livro pode ser escrito de uma só sentada ou capitulo a
capitulo, dia após dia. Uma musica pode se composta num guardanapo de papel na
mesa de um bar ou nas bordas de uma folha de jornal que repousa em seu colo.
O TEMPO NÃO PARA, O AGIR É AGORA!
(Tom Coelho, educador, conferencista e escritor)
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